Insomnia

Não sou propriamente uma pessoa diurna.

A noite desperta-me mais do que o dia e é nela que descubro tudo aquilo que sou, tudo aquilo que não sou.
Bem ou mal sou assim desde que nasci, berrando por entre lençóis e bonecos de peluche de que nunca gostei, assustando-me por cada sombra reflectida na parede.
Posso dizer-vos com toda a certeza que a insónia enlouquece um bocadinho mas também ensina muita coisa. Ensina-nos a ser mais pacientes, porque que remédio temos nós, ao darmos a quinquilionésima volta na cama. Ensina-nos a sermos mais gulosos, mais ávidos de saber, lendo ou vendo filmes, mais criativos, porque escrevemos, pintamos ou simplesmente amaldiçoamos com a criatividade que só quem sofre da insónia compreende.
Mas a pouco e pouco ganhamos o hábito de sermos plurais e tentarmos ir mais além. Porque tanto o dia como a noite fazem de nós o que nunca fomos e metem-se por entre a gente através de uma qualquer emoção.
Recomendo, a quem sofra ou não, o filme acima postado.
Podem ter a certeza que não ficam indiferentes.

É verdade, esqueci-me.

Regressei.