Ao sentar-me na esplanada, reparei que nunca seria mais a mesma. As pessoas riam-se e conversavam, aqui e ali ecoavam brilhos de uma noite vivida intensamente. E foi então que me dei conta. Que as feridas nunca saram e nunca desaparecem. Que as cicatrizes se abrem todos os anos para dar lugar à dor de uma vida que a minha vida conteve. Eu poderia, penso, ao olhar alguém que passa, ser como todos os outros. Poderia ter sido distante e cruel. E magoar a meu bel-prazer. Ter-te e ter todos os outros. Amar-te e amar todos os outros. Mas não. Abandonei-me ao teu encanto numa noite de luar e soube que jamais voltaria a ser vazia. Foi isso que me marcou, que me prendeu a ti durante todos estes anos, mesmo quando deixámos de nos sentirmos presos à rotina. Gostava de chegar a casa e sentir o teu cheiro gravado nas paredes, como uma tinta invisível. De me roçar no sofá e saber que ias chegar a qualquer momento e olhar-me como só tu o sabias fazer. Te quiero. E poderia ter-te. Não fosse este orgulho demasiado forte e superior a tudo o que vivi, poderia ter-te. Deixando de lado a vida de vidas, poderia sentir o teu toque e mergulhar na tranquilidade do nosso silêncio...
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Muito gostas tu de esplanadas...
ResponderEliminarAh pois gosto...e de café então nem se fala :p mas diz-me lá, ó asidie, isso foi um elogio ou uma crítica? :D
ResponderEliminarEsos momentos en los que te das cuenta que algo cambio; esos momentos en los que algo hizo un "click"... ¿se abrirá la octava dimensión en esos momentos? Muaks :D
ResponderEliminarO que os sonhos criam quando não estamos a olhar para o que temos...
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