Um dos sistemas mais complexos que se conhece é o clima. A imprevisibilidade do clima só começou a ser verdadeiramente entendida em 1961, quando Edward Lorenz observou um fenómeno extraordinário. Lorenz trabalhava num modelo informático de previsão meteorológica, baseado em doze equações diferenciais, procurando vislumbrar a ordem nas alterações climatéricas. A certo momento, analisando uma sequência num longo período de tempo, após introduzir os parâmetros iniciais, repetiu a sequência e deparou-se com um resultado totalmente diferente. Só então reparou que, da segunda vez, arredondara um dos números introduzidos, 0,506127, para 0,506. Dois anos depois, Lorenz revela as suas descobertas, mas estas só ganham notoriedade quando, em 1979, publica o artigo Predictability: Does a flap of butterfly's wing in Brazil set off a tornado in Texas, de onde surgiria o célebre conceito “Efeito Borboleta”. Segundo Lorenz, se algo como o bater das minúsculas asas de uma borboleta no Brasil podia desencadear semanas depois um violento tornado no Texas, isso devia-se tão somente à extrema sensibilidade às condições iniciais de um sistema tão complexo como o clima. Lorenz tinha descoberto um sistema caótico. Mas a teoria de Lorenz viria a demonstrar-se fulcral não só em termos metereológicos - se pequenas causas podem provocar grandes efeitos, independentes do espaço e do tempo – os especialistas de hoje em dia aplicam o Efeito Borboleta a vários ramos da sociedade. 

Acabo de recordar-me do último sismo que a Indonésia sofreu. Estaremos à espera de um cataclismo nos EUA ou na Europa para pararmos de olhar para o nosso umbigo? E o Katrina foi o quê? E o que são as cheias na Europa? E a guerra do Iraque?
Afinal...somos todos feitos da mesma massa... e acabamos sempre por descobrir que a acção de uma só pessoa pode ajudar ou salvar centenas ou milhares.


Da que pensar Lunaris... como también da que pensar ese estado de desesperanza que parece que nos invade a todos cuando decimos "¿para qué hacer algo si no sirve de nada?"... ¿Seguro que no sirve de nada? Tal vez el vuelo de una mariposa no genere un tsunami pero puede que sí traiga una brisa fresca; puede que nuestra acción individual no lleve a un cambio global pero tal vez sí que nos lleve a un pequeño movimiento de peones en este tablero de ajedrez.
ResponderEliminarGracias por la reflexión guapa. Besitos.
Cheguei até você por acidente. Na minha iniciação científica na universidade trabalhei com sistemas dinâmicos e teoria do caos. No mestrado fiz duas matérias de equações diferenciais. No Boatemática, escrevi sobre fractais e outros assuntos que podem te interessar. Basta procurar nas postagens anteriores.
ResponderEliminarUm abraço
Marco Aurélio
Son: Que bem me entendeste :) o efeito borboleta é precisamente isso - o poder que está apenas no clima ou nas forças da Natureza, mas, e gostaria de acreditar que todos somos assim, dentro de cada um de nós. Embora hoje em dia seja complicado darmos um bocadinho de nós aos outros, a qualquer outro, mesmo que a um perfeito desconhecido, podíamos tentá-lo nas pequenas coisas... Às vezes basta um sorriso. Ou um olhar, com olhos de verdade. Posso estar a ser poética de mais, mas o certo é que isso acontece... Mas chego à conclusão que estamos sempre a aprender.E a desaprender... Não é idealista querer mudar o mundo. É ser apenas humano. Besitos
ResponderEliminarMarco Aurélio: Obrigada pela sua visita, com toda a certeza que irei visitar o blog, pois é um assunto que me fascina, embora confesse que não é bem a minha área. Como alguém disse um dia, somos todos feitos de matemática e física, só que nunca nos apercebemos disso... Um abraço e volte sempre :)