
Esperam-nos novos episódios da vida política nacional, desta feita com dois chefes que duvido que se dêem bem - Sócrates é demasiado dandy para aceitar o quer que seja de Cavaco, embora muito diga que o Professor irá ajudar nos novos rumos do país.
Indigna foi mesmo a interrupção que o Primeiro-ministro fez a Manuel Alegre: justifica-se sua excelência dizendo que ninguém da sua equipa de assessores estava atento às tv no preciso momento em que arrancava para o discurso. Que de corredor em corredor, a equipa de Sócrates estava tão submersa na derrota que não podia ver mais nada à frente, senão a ânsia de um discurso do chefe do Governo.
Nesse caso, deixe-me que lhe diga Dr. Sócrates: a sua equipa é composta por... incompetentes, mas claro, isso não deve ser novidade nenhuma para si... O certo é que Manuel Alegre pôde ser ouvido em directo por dois minutos. O resto do discurso eclipsou-se por um Primeiro-ministro que fez orelhas moucas à liberdade e dignidade democráticas. E isso foi mesmo muito triste.
Quanto a Cavaco, da vitória confesso que já esperava. Mas não posso deixar de afirmar que poderíamos ter tido melhor. Enfim, esperemos pelos próximos capítulos da nossa telenovela política nacional...
P.s. - Não pude deixar de reparar nas estratégias económicas que este Governo aplicou nas últimas semanas, tendo em vista tão somente beneficiar o próprio Cavaco. Diz quem sabe que Sócrates já previa a derrota de Soares e recusava-se a apoiar Alegre. Bons negócios, muita massa, mais empregos... Cavaco, pois então!