Lá fora a chuva continua fremente.
As árvores resistem ao silêncio dentro de si
e rumorejam baixinho,
agitando braços.
Que a hora não é para silêncios, nem paixões nem quejandos.
Que a hora é de morte e de susto,
de brutos romperes de corações e de casas gemendo.
A hora, sim, é de caos.
De névoas rodopiando o teu rosto,
de alvas luzes pegando-te ao colo.
A hora podia ser outra
mas não é,
podia ser branda e amena,
morena e ruiva,
eu sei lá…
A hora é de bateres de portas,
de páginas escondidas,
de olhares traídos e traições caladas.
A hora é de sentir os teus pés vivos rentes à terra…
e conseguir decifrar o teu coração.
A hora, sim, é de desespero.
De silêncio sufocante, de mágoas contidas.
De árvores quebradas pelo vento, de rios engordados pela tempestade.
A hora podia ser outra,
mil outras,
mas não é.
A hora podia ser de esquecer
e prosseguir,
de enfrentar
ou de agir.
Mas não é.
15 novembro, 2005
É hora...
by Lunaris
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Deste falamos ontem, e como falamos também de Sylvia Plath e nunca tinhas lido, aqui vai um dos meus preferidos:
ResponderEliminarhttp://plagiarist.com/poetry/1394/