10 outubro, 2005

Os Piores Contos dos Irmãos Grimm

Embora ainda não tenha lido a mais recente obra de Sepúlveda e Aparaín, confesso que me espicaça a curiosidade saber o que de novo nos trouxeram estes dois autores sul-americanos sobre os irmãos Grimm. Não vi o filme, mas sei que tanto de um lado (do livro) como do outro (o filme), tudo é deixado à imaginação de quem os criou e realizou, já que este dois irmãos são um mistério para alguns, charlatões para outros.

Lembro-me vagamente de um livro volumoso que pertencera ao meu pai. E suspeito que todas essas histórias pertenciam aos Grimm, porquanto Christian Andersen não possui aquele lado irónico e sarcástico (as de La Fontaine conhecia-as toda de cor e salteado, sempre fui uma devoradora de fábulas, confesso, se não contar com as milhentas vezes que exigi as histórias do Lobo Mau e do Capuchinho Vermelho)que nos deixam inseguros nas histórias de Grimm. E essa insegurança faz-nos precisamente suspeitar que há algo mais na história, que nem tudo foi revelado ou, se preferirmos, de que nem tudo nos apercebemos, protegidos por uma espécie de inocência que não possibilita delinear tudo à primeira vista.

Quanto a Luis Sepúlveda, confio plenamente na sua prosa, num estilo que nem sempre é o mesmo mas que nos deixa com o gosto a tudo o que aparece na narrativa. Por vezes não nos revela o melhor do homem, é certo, mas não posso deixar de esquecer histórias pequeninas mas preciosas como “O Velho que Lia Romances de Amor”, ou “História de uma Gaivota e do Gato que a ensinou a voar”, entre tantas outras que saíram da sua pena. Acerca de Mario Delgado Aparaín sei muito pouco, mas, pelo que revela a crítica, o livro é, de certa forma inesquecível. A ler...

Sinopse:

“Os irmãos Grim – gémeos, na realidade – terão sido dois tipos que passaram pelo Chile e pelo Uruguai sem que deles restasse mais do que retalhos aleatórios das suas vidas e obras, num todo confuso e até boateiro, que os reduziu aos seus piores contos. Por sorte para os amantes das sagas “gauchescas” e da poesia a cavalo, Luis Sepúlveda e Mario Delgado Aparaín conseguiram – com a inestimável colaboração dos Professores Orson C. Castellanos, Segismundo Ramiro von Klatsch e José Sarajevo – assinar a tempo esta crónica temporal que retrata as misteriosas origens e a efémera passagem pelas terras do Sul do mundo dos gémeos Grim, trovadores crioulos, músicos iconoclastas, poetas autodidactas e cantores de uma realidade que, devido à escassa transcendência do seu legado, continua hoje a ser um mistério que subjuga os viajantes.
Trata-se, pois, de uma obra séria – tão séria que, assim esperam os seus autores, só pode levar o infeliz leitor a desfazer-se às gargalhadas.”

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